quinta-feira, 3 de março de 2011

História da Kawasaki 6cilindros

A primeira crise internacional do petróleo, em 1973, levou a Kawasaki a desistir de alguns projetos, como o de uma 750 de dois tempos, de quatro cilindros e com motor rotativo. No entanto, anos depois, a procura por motos de alta performance havia regressado e a marca nipônica teve que voltar aos projetos...
A filial americana havia sugerido um motor V6, mas a opção final foi a mesma da Honda, por um seis cilindros em linha. Para não ficar para trás, porém, a Kawasaki optou por um motor superior em cilindrada (1.286 cm3), com refrigeração líquida e transmissão final a cardã, em vez de corrente - solução que a Yamaha também estava adotando na XS 1100. A Kawasaki Z 1300, versão de topo da série Z, prometia ser a mais sofisticada moto nipônica.

Chegou ao mercado em Setembro de 1978 e embora as linhas retilíneas não tenham agradado a todos, talvez pela falta de elementos esportivos que muitos esperavam, a potência de 120 cv às 8.000 rpm, o imenso binário de 11,8 m.kgf às 6.000 rpm e uma velocidade máxima de mais de 225 km/h fizeram da Z 1300 um ícone de desempenho. Apesar de ser 50 kg mais pesada que a CBX - 297 kg, o seu comportamento dinâmico era adequado; já os freios deixavam muito a desejar.

O motor tinha duplo comando, duas válvulas por cilindro e três carburadores Mikuni. A refrigeração líquida também contribuía para um menor nível de ruído, uma prioridade da Kawasaki dada a vocação da moto, que era menos dada à esportividade e mais ao conforto. Em 1980, o carter era ampliado de 4,5 para 6 litros, a fim de melhorar a lubrificação; já o depósito de combustível comportava uma enorme capacidade de 27 litros, um dos maiores já vistos sobre duas rodas. O quadro era de berço duplo e os pneus mais largos que os da Honda.

Assim como a CBX, a Z 1300 chegou aos Estados Unidos em 1980, mas a Kawasaki preferiu adotar naquele mercado o estilo turístico: carnagens, malas laterais e traseira, banco confortável e guidão elevado. Um ano depois era iniciada a sua produção local, ao mesmo tempo que a sua suspensão traseira ganhava amortecedores a gás, uma tentativa de igualar a eficiência da nova monomola da Honda.

A maior "Z" manteve-se sem grandes novidades até 1984, quando a adoção da injeção eletrônica digital de combustível elevou a sua potência para 130 cv e o binário para 11,8 m.kgf.

A Kawasaki 'Z' passava agora a denominar-se ZG 1300, mas na moto aparecia apenas Z 1300. Sem mais evoluções, a Kawasaki envelheceu e as vendas não reagiram, pelo que este modelo foi descontinuado em 1989.

Entre 1983 e 1988 houve espaço ainda para a VN 1300 Voyager, uma versão turística exclusiva para o mercado americano, equipada com rádio e computador de bordo. O motor havia sido recalibrado para desenvolver 117 cv de potência, em prole de um gigantesco binário de 13,2 m.kgf, mais que suficiente para os 381 kg da moto. Mas estas vantagens dos seis cilindros não convenceram o público e acabou por ceder espaço à Voyager 1200, de quatro cilindros.

Depois das três marcas terem abandonado os motores de seis cilindros em linha, esta configuração nunca mais foi vista numa moto. Apenas a Honda regressou aos 'seis', mas horizontais opostos - na Gold Wing GL 1500-6, em 1988, e depois na Valkyrie, em 1997.

Fonte:Motoesporte

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